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Planetário vai retomar atividades presenciais durante a Colourada

Nesta sexta-feira (8), Dia da Astronomia, a UFSM tem muito a celebrar: possui o primeiro planetário do interior do Brasil e o primeiro do Rio Grande do Sul, desenhado conforme um esboço do arquiteto Oscar Niemeyer. No ano passado, comemorou 50 anos de existência como um espaço acessível para toda a população conhecer os mistérios do universo, e é esse o objetivo que o local deseja retomar com mais força neste ano, com a volta das visitas presenciais. Inclusive, na programação da Calourada 2022 da UFSM, constam visitas ao Planetário.

Reinvenção na pandemia – Com dois anos de funcionamento remoto, o Planetário investiu em conteúdo para as redes sociais, como a criação do podcast “Estação Planetário”. Em sua conta no Instagram, encontram-se diversos quadros de divulgação científica, como o “Planetário Responde”, “Planetário Recomenda”, “Calendário Astronômico dos Meses” e “Charada Astronômica”, além de sorteios de objetos como binóculos e luminárias. Também foram realizadas lives com nomes renomados da astronomia, uma exposição virtual de fotos históricas promovida pelo Departamento de Arquivo Geral e a realização de um minidocumentário produzido pela TV Campus para comemorar os 50 anos do Planetário. Tudo isso para manter o público – incluindo os novos públicos – conectados ao local, mesmo com a distância física.

Uma das ações que marcaram o cinquentenário do Planetário, em 2021, foi o lançamento de um selo comemorativo

Segundo o diretor do Planetário, Régis Augusto Albanese Diniz, o movimento de reinvenção dos serviços foi liderado inicialmente por Jaqueline Trentim Machado, diretora do Planetário de 2019 a 2020 e hoje chefe da Divisão de Museus. Ele conta que nessa época foi iniciado o trabalho de migração para o virtual, para manter o local e seus propósitos ativos. A seleção de bolsistas em setembro de 2020 deu ainda um gás novo ao órgão, pois culminou na ampliação do número de acadêmicos no trabalho para a criação e manutenção dos projetos citados anteriormente. Ademais, Régis considera a programação especial dos 50 anos, desenvolvida pela sua equipe e por outros setores da Universidade (o que inclui a criação de um selo comemorativo, a exposição virtual e o minidocumentário), como o grande marco para esse momento histórico.

Resultados inéditos – Régis faz um balanço de sua gestão, iniciada em 2021, e acredita que houve grandes avanços e benefícios nesse período, citando como exemplo o alcance das sessões virtuais a um patamar que poderia não ocorrer em um cenário diferente. “Levamos o nome da UFSM para 14 estados do nosso país, seja para instituições de ensino ou projeto de secretaria municipal”, salienta o gestor. Além disso, soma-se a isso a criação de uma base de conteúdo com sete sessões diferentes, desenvolvidas pelos acadêmicos, os quais receberam 12 novos colegas voluntários de diferentes áreas para colaborar com as necessidades produtivas e de atendimento das demandas.

Daqui para frente – Como mencionado antes, o Planetário retomará as atividades presenciais na programação da Calourada. Posteriormente, haverá a retomada dos atendimentos escolares e sessões abertas ao público. Com a ampliação deste e a taxa de ocupação de 50 lugares, o diretor espera que este número seja atingido nos agendamentos escolares e outras sessões.

Conforme o diretor, a volta das sessões presenciais é o principal atrativo do ano. Como ressaltado, serão mantidas as atividades virtuais, a princípio em menor escala, e haverá o retorno das sessões de cúpula, com a busca por aquisição de novos filmes para estas. Demais possibilidades de ações poderão ser desenvolvidas durante o ano. Outro objetivo é tentar obter equipamentos de observação para ampliar a oferta de atividades especiais, como as observações noturnas.

O Planetário e a área em torno dele destacam-se como um espaço de convivência para toda a comunidade

Expectativa – Segundo Régis, o Planetário é um dos locais mais emblemáticos da UFSM e da cidade, além de seu entorno também ser um espaço de convivência para pessoas e animais. “Provavelmente nos serão contadas histórias de visitantes que nos visitaram em outros tempos e que hoje trouxeram seu familiar em uma visita”, espera Régis.

De acordo com ele, esta relação se faz importante para ampliar o conhecimento científico básico e assim poder despertar o interesse no tema da astronomia, ao se refletir sobre a origem, seja do planeta, da galáxia ou de outras tantas coisas existentes. “Quem sabe a partir de uma visita ao Planetário a paixão pela ciência floresça em uma pessoa e esta futuramente seja um destaque da ciência nacional e mundial?”, questiona o diretor.

O poder da ciência – Para o gestor, o Planetário e toda a sua estrutura funcional é de grande importância para a ampliação do conhecimento das pessoas, tenham elas ou não contato direto com a ciência. A partir disso, ele diz que estas saberão diferenciar o que é realidade ou não, com o seu senso alimentado sobre em que se deve ou não acreditar. Isto é, o órgão colabora para a propagação daquilo que é cientificamente comprovado. “Quanto mais pessoas possuírem contato com a ciência e com o Planetário, menos terraplanistas se criam”, acrescenta.

O Dia Mundial da Astronomia é comemorado, na visão do diretor do Planetário, com o objetivo de aumentar as trocas entre a comunidade científica e o público em geral. Ele reitera que a astronomia é uma das ciências mais antigas: “até mesmo hoje é uma das primeiras com a qual as crianças têm contato. O olhar para o céu e pensar no que há por trás da nossa observação, e das luzes ao longe; o clássico ‘de onde viemos e para onde vamos?’ vem motivando o homem a buscar respostas há milhares de anos”, finaliza.

Texto: Gabrielle Pillon, acadêmica de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias

Edição: Lucas Casali

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