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Biblioteca Central da UFSM completa 50 anos

Construção do prédio da BC (Fonte: DAG)

No dia 3 de setembro, a Biblioteca Central Manoel Marques de Souza – Conde de Porto Alegre completou 50 anos. Sua história, contudo, precede o ano de 1972. Com a fundação da Universidade Federal de Santa Maria, em 1960, a Biblioteca Central foi criada para reunir as coleções bibliográficas dos cursos que a UFSM sediava na época. A Biblioteca Central funcionou, até 1971, no prédio da antiga Reitoria, no centro da cidade. O prédio da Biblioteca Central foi construído entre os anos de 1969 e 1972, sendo denominado como Biblioteca Central Manoel Marques de Souza – Conde de Porto Alegre. A origem do nome foi abordada nesta matéria da Revista Arco.

Acervo 

Hoje, o acervo de livros da Biblioteca Central conta com 94.792 exemplares. Periódicos são mais de 240 mil. Há outras mídias, como CDs, DVDs, fitas VHS, disquetes, fitas cassete e jogos de tabuleiro. Conta também com uma Mapoteca, uma coleção de 956 exemplares de mapas nacionais, internacionais, cartas topográficas e imagens orbitais da região central do Estado.

A informatização do acervo da Biblioteca Central começou em 1991. O primeiro site das bibliotecas da UFSM foi lançado em 2003, com um layout simples e com foco na consulta de títulos, mas com outras funcionalidades, como entrar em contato com a gerência. Atualmente, além do acervo físico, a BC conta com diversas bases online. Algumas, como EBSCOhost (multidisciplinar), IEEE  (Engenharias) e Karger Fast Facts (Saúde), são permanentes, pois foram compradas. Outras, como a  Minha Biblioteca (multidisciplinar) e Wiley (Engenharias), são serviços contratados por assinatura. 

Para ajudar o usuário em sua busca por algum título, há o Serviço de Descoberta, que reúne resultados de todas as bases, mostra se o exemplar é físico ou digital, qual a sua localização, entre outros dados.

A BC atua, também, como um repositório de produção científica de alunos e docentes da Instituição, através do armazenamento dos trabalhos de pós-graduação. O material, conhecido popularmente como “capa azul”, pelo seu padrão de impressão, fica armazenado no terceiro piso da Biblioteca. No entanto, a partir deste ano, com o objetivo de viabilizar a utilização do espaço físico da BC, diminuir os custos de acadêmicos de pós-graduação e facilitar o acesso às pesquisas desenvolvidas, estes trabalhos deverão ser entregues apenas em seu formato digital, e os que já estão nas prateleiras físicas também são disponibilizados no repositório da Biblioteca Central, o Manancial. A coleção de teses, dissertações, trabalhos de conclusão de cursos de especialização e graduação conta hoje com quase 25 mil itens.

Ainda no tema de divulgação científica, a BC, juntamente com a Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PRPGP), o Centro de Processamento de Dados (CPD), e a editoras e editores das revistas científicas institucionais, mantêm o Portal de Periódicos da UFSM. São cerca de 40 periódicos produzidos em cursos da UFSM disponíveis em um só portal, o que organiza e facilita o acesso dos pesquisadores ao que é produzido na Universidade.

Infraestrutura

Sala de Estudos da BC no anos de 1980 (Fonte: DAG)

O prédio 30 da UFSM possui a extensão de 8.237 m², e é estruturado em três pavimentos, onde se distribuem diversas salas e setores. No subsolo, ficam os setores de Referência, Periódicos, Comut, Reparo e Reprografia, e as salas de consulta aos Diários Oficiais, sala de Multimídia, salão de estudo em grupo, sala multiuso (conhecida como sala 15) e sala de reuniões. No térreo ficam a portaria, guarda-volumes, setores de Empréstimo e Aquisição, a Secretaria, a Direção, setor de Processos Técnicos, Central de Periódicos Eletrônicos e o Manancial. E a sala de estudo individual, a sala de desenho acessível e o salão de estudo em grupo (conhecido como sala de convivência). No primeiro andar acima do térreo, ou terceiro piso, a Biblioteca oferece 17 cabines para estudo individual. Todas as salas de estudo podem ser acessadas sem reserva prévia. As salas multimídia, multiuso, de reunião e de desenho acessível devem ter agendamento para serem utilizadas.

Os espaços podem ser visualizados na sessão Tour Virtual do site da Biblioteca.

Inclusão e acessibilidade

Sala de Desenho Acessível Foto: Fernando Leipnitz

A Biblioteca Central disponibiliza 830 exemplares em Braille e 510 audiolivros aos usuários, com o intuito de oportunizar o acesso à ciência, informação e cultura ao maior público possível. 

Com o objetivo de respeitar diferentes formas de interação ou de limitação de acesso à informação e implantar um espaço inclusivo na UFSM de uso interdisciplinar que contemple ações e práticas inclusivas, em novembro de 2021 foi inaugurada a sala de desenho acessível. O projeto, que envolve a Biblioteca Central, a Coordenadoria de Ações Educativas, o Núcleo de Acessibilidade e a Pró-Reitoria de Graduação, dispõe de diversos recursos de acessibilidade, para diferentes necessidades. Com um acervo Braille próprio, a BC é cadastrada à Fundação Dorina Nowill para cegos, uma organização sem fins lucrativos e de caráter filantrópico que se dedica à inclusão social de pessoas cegas e com baixa visão. Através dela, recebe de maneira gratuita livros em Braille, livros falados e digitais acessíveis. 

Possui estações de trabalho acessíveis e mobiliário adaptado, com quatro computadores equipados com NVDA, um software assistivo, com fones de ouvido e tela de 20 polegadas, onde a comunidade pode navegar na internet, realizar pesquisas e escutar os conteúdos de interesse. Uma das estações de trabalho atende pessoas em cadeira de rodas, sendo que todo o espaço foi projetado em cumprimento à NBR 9050/2020. E oferece também lupas eletrônicas conectadas a monitores de 32 polegadas, que permitem ampliar a imagem em 200%, possibilitando que pessoas com baixa visão realizem a leitura. 

Projetos e visitas

Acervo Artístico e Lasca (Foto: Nick da Rosa Santos)

Desde 1969, a Biblioteca Central oferece treinamentos e capacitações. Atualmente, é oferecido um ciclo de treinamentos sobre o Serviço de Descoberta e outras bases de dados, pela empresa EBSCO, à comunidade acadêmica. Ao fim, são gerados certificados de participação para cada um dos treinamentos. O histórico de capacitações feitas pela Biblioteca, além de longo, é diverso, com diferentes públicos-alvo e funcionalidades.

A visitação à Biblioteca Central é aberta à comunidade interna e externa da universidade. Os visitantes sem vínculo universitário podem, inclusive, fazer a leitura de livros, contudo, não podem fazer empréstimos. Atualmente, a Biblioteca Central integra as ações do projeto da Pró-Reitoria de Extensão Rota Cultural, no qual o público externo pode agendar visitações nos espaços museais e artísticos da UFSM. Isso tem atraído diversas escolas do município e da região, que trazem turmas de ensino infantil, fundamental e médio para fazerem tour pelo espaço e conhecer mais sobre o acervo que a BC dispõe.

Para a atual gerente, Ana Paula Guimarães, a Biblioteca não pode ser apenas um acervo, para guardar e manter livros, mas deve ser também um lugar a ser visitado e utilizado, onde os livros podem ser acessados. Por esta razão, hoje são aplicadas esporadicamente pesquisas de opinião dos usuários, para que aquilo que a Biblioteca fornece seja útil ao seu público. Além disso, ela vê as capacitações como uma ferramenta para dar autonomia a quem utiliza os recursos da biblioteca.

“A gente tinha muito um paradigma de memória. A Biblioteca enquanto memória, enquanto arquivamento. E de uns tempos pra cá, em paralelo a isso, a gente tem pensado também na dinamização do acervo. Por isso temos os acervos digitais Por isso a gente tem outros recursos e capacitações. Fazemos para munir os nossos usuários dessa habilidade de pesquisa. Não simplesmente ‘eu vou ler um livro que o meu professor me passou’”, afirma a bibliotecária. E acrescenta que quanto mais vazias as prateleiras, maior sucesso ela vê na Biblioteca, pois os livros estão cumprindo seu papel, de serem retirados, lidos, acessados. “Então, a nossa ideia hoje é pelo acesso, é pela cultura, é por desenvolver esse aspecto para além da memória. Em conjunto com a memória, sendo por base a memória, mas também esse provimento de acesso para a comunidade”, complementa Ana Paula.

Para comemorar o meio século de existência da BC, uma programação está sendo montada, com início planejado para outubro, após o retorno dos estudantes do recesso. As atividades serão divulgadas nas redes sociais da Biblioteca, no Facebook e Instagram. A TV Campus também produziu uma matéria com mais informações sobre o que é desenvolvido na BC. 

 

Texto: Ana Laura Iwai, acadêmica de Jornalismo, bolsista da Agência de Notícias
Foto de capa: Nick da Rosa Santos
Edição: Mariana Henriques e Ricardo Bonfanti, jornalistas

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