No início deste mês, em uma oficina realizada na Semana Acadêmica da Física, decolou do campus sede um foguete da UFSM 100% fabricado em impressora 3D. Trata-se de um foguete de plástico PLA (sigla pela qual é conhecido o polímero ácido polilático) com 573 milímetros de altura, pesando 116 gramas. Para lançá-lo ao céu, um rojão do tipo treme-terra serviu de “motor” para o foguete.
O foguete foi projetado em um software de modelagem 3D pelo acadêmico Umberto Moraes Filho, aluno do curso de Engenharia Aeroespacial e também presidente da equipe Rocket Lab, a qual representa a UFSM em competições de foguetemodelismo. A equipe é coordenada pelo professor Marcelo Zanetti, que ministrou a oficina de foguetes, mencionada acima. A mesma foi dividida em duas partes: uma teórica, no dia 6 de outubro, e outra prática, no dia 7, quando ocorreu o lançamento do foguete, realizado em uma área ao lado do Webservatório da UFSM.
De acordo com Zanetti, o objetivo da construção do foguete foi o de referendar na prática o projeto desenvolvido de forma virtual no software, o que inclui cálculos de estrutura aerodinâmica, distribuição de massa, centro de gravidade e simetria, entre outros.
Finalizado o projeto, a fase seguinte foi a impressão em 3D, processo que demorou aproximadamente 13 horas, realizado no espaço Fábrica CT (cujo objetivo é auxiliar na fabricação de projetos desenvolvidos no Centro de Tecnologia da UFSM), sob a responsabilidade do assistente em administração Adriano Longo. Ao ser projetado, o foguete foi dividido em quatro partes encaixáveis, as quais foram impressas simultaneamente. A parte de cima tem formato de ogiva; a de baixo, onde o rojão é encaixado, tem diâmetro externo de 30 milímetros, contando ainda com três empenas, visando à estabilidade do voo. O início da impressão do foguete pode ser conferida no vídeo abaixo:
A área do Webservatório foi escolhida para o lançamento por ficar distante da circulação de pessoas e automóveis. Além do foguete impresso em 3D, na mesma ocasião ocorreu o lançamento de um foguete mais rudimentar, feito de cano de PVC. O acionamento de ambos foi realizado a distância, por meio de um ignitor eletrônico de fio de níquel cromo. Como ocorreram problemas no lançamento do foguete impresso em 3D (provavelmente devido a um pavio quebrado no rojão), o mesmo foi repetido no dia seguinte, com maior sucesso.
A experiência adquirida com o projeto, fabricação e lançamento deste foguete impresso totalmente em 3D servirá para o aperfeiçoamento de projetos futuros. Os lançamentos podem ser conferidos no vídeo abaixo.
Texto: Lucas Casali
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