Na última semana, a startup Crops Team, incubada na Pulsar Incubadora Tecnológica da UFSM, realizou um encontro virtual com a Softbank Corporation, empresa japonesa, para formalizar parceria visando ao desenvolvimento de um projeto de tecnologia atrelada à agricultura. Também participaram do encontro representantes do Ministério de Relações Internacionais e Comunicação do Japão, Shingo Hiraki, do Ministério de Ciência e Tecnologia, Everton Goursand de Freitas e Rita de Fátima Aragão Macêdo, do Ministério de Comunicações, Jeferson Nacif, e do Centro Internacional de Agricultura Tropical da Colômbia (CIAT), Manabu Ishitani e Mariana Quintero.
A parceria entre Brasil e Japão se originou do interesse da Softbank em aplicar as inovações tecnológicas da Crops Team em seu dispositivo, o e-kakashi, aparelho que possui sensores de temperatura, radiação solar, umidade, temperatura do solo e instrumentos meteorológicos. A partir desses elementos, por meio da Internet das Coisas, o dispositivo é capaz de determinar a velocidade com que as plantas observadas se desenvolvem, além do quanto os agricultores podem produzir. Nessa lógica, por meio da análise dos cultivos, que podem ser arroz ou soja, o e-kakashi revela aos produtores dados que contribuem para uma agricultura mais sustentável, como a estimativa de quando a lavoura deve ser colhida, por exemplo.
Contribuição da UFSM ao dispositivo
Para somar à inovação japonesa, foram agregados ao e-kakashi os algoritmos desenvolvidos pela startup santa-mariense, a partir de estudos feitos nas estações meteorológicas locais. O coordenador da Crops Team, Michel da Silva, explica que os mecanismos da UFSM auxiliariam os agricultores a realizar o manejo no campo, mostrando a forma adequada de manipulação de fungicidas e insumos nas plantas.
‘’Eles [empresa japonesa] querem testar os nossos algoritmos no dispositivo deles. Assim, pode ser que, no futuro, tenhamos uma parceria comercial, em que eles disponibilizam o hardware e nós o software, para que haja um manejo mais sustentável’’, complementa o coordenador. A parceria entre as entidades teve início durante a última safra, quando foram feitos testes de funcionalidade dos aparelhos.
Antes dessa colaboração, a empresa japonesa já havia estabelecido união com o CIAT da Colômbia, responsável, inclusive, por conectá-los com o Brasil. A Softbank também tentou se juntar a outras startups da América Latina, mas nenhuma foi efetivada.
De acordo com Michel da Silva, ao final da próxima safra, depois de concluído o acompanhamento de nove cultivos, devem ser feitas reuniões para debater se os resultados da parceria entre os dispositivos foram ou não benéficos e, assim, definir o futuro. ‘’O próximo passo seria ampliar para nível nacional, [porque] hoje estamos nos quatro cantos do Rio Grande do Sul, mas não saímos do estado ainda. [Somado a isso] pretendemos pensar na comercialização do produto’, afirma”, afirma.
Texto: Laurent Keller, acadêmica de jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Edição: Ricardo Bonfanti, jornalista
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