
A UFSM está ampliando suas ações voltadas ao reconhecimento dos notórios saberes, promovendo o diálogo entre a academia e os conhecimentos ancestrais. Entre essas iniciativas, destaca-se o projeto de extensão “Tecendo Novos Saberes”, que busca fortalecer a capacitação profissional e a valorização dos saberes tradicionais afro-brasileiros e indígenas. Assim como a produção do documentário sobre a trajetória da Irmã Assunta, educadora popular em saúde e referência em práticas integrativas e complementares de cuidado comunitário.
A produção audiovisual tem como objetivo registrar e sistematizar a história da missionária, cujo trabalho ultrapassa seis décadas e impactou mais de 68 comunidades na região sul do Rio Grande do Sul. A Irmã Assunta é reconhecida por integrar conhecimentos sobre fitoterapia, homeopatia popular, massoterapia, Reiki e acupuntura, fortalecendo redes de cuidado coletivo por meio da ONG Casa do Caminho, em Pelotas. Seu legado reflete a importância dos saberes ancestrais como formas legítimas de conhecimento e resistência cultural.
O documentário abordará sua trajetória a partir de entrevistas, registros audiovisuais e depoimentos de pessoas impactadas por seu trabalho. A narrativa será estruturada para explorar diferentes dimensões de sua atuação, desde o impacto social e educativo até sua relação com políticas de saúde pública e reconhecimento acadêmico dos Notórios Saberes.
O projeto está sendo realizado pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi), em parceria com o Observatório de Direitos Humanos (ODH), a produtora TV Ovo e o jornalista Marcelo Canellas. Além disso, busca articulação com outras instituições, como a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), para ampliar a exibição do documentário e fortalecer sua inserção nos debates acadêmicos.
Atualmente, a equipe está organizando as gravações e entrevistas. O documentário será exibido em eventos comunitários e acadêmicos, promovendo debates sobre o papel das mestras e mestres de saberes tradicionais na construção de políticas educacionais e culturais.
Com essa iniciativa, a UFSM reafirma seu compromisso em registrar e valorizar os saberes populares, fortalecendo a diversidade cultural e promovendo a integração entre a universidade e as comunidades detentoras desses conhecimentos.
Texto: Bernardo Guterres, bolsista do ODH
Foto: João Pedro Ribas/TV Ovo
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