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UFSM colabora com o maior banco de dados mundial sobre séries temporais da biodiversidade

Os professores Tiago Gomes dos Santos e Sonia Zanini Cechin, do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Animal da UFSM, contribuíram com o maior banco de dados de séries temporais sobre a biodiversidade do planeta. A nova versão da plataforma BioTime foi lançada no dia 14 de maio pela Universidade de St. Andrews (da Escócia). Esse banco de dados oferece uma visão sem precedentes sobre como a biodiversidade muda ao longo do tempo em todo o mundo, abrangendo quase 150 anos de registros ecológicos, de 1874 a 2023.

O lançamento da versão 2.0 da plataforma BioTime ocorreu na revista Global Ecology and Biogeography, contendo dados de mais de 553 mil locais onde ocorreram monitoramentos de abundância de espécies, o que ajuda pesquisadores, formuladores de políticas públicas e o público em geral a entender melhor a dinâmica complexa que as espécies enfrentam em um mundo em rápida mudança. A atualização da plataforma inclui quase 12 milhões de registros, representando mais de 56.000 espécies em ecossistemas marinhos, de água doce e terrestres. Este é o banco de dados mais abrangente de séries temporais de comunidades biológicas já criado.

A BioTime permite que os cientistas olhem além das notícias sobre extinção e explorem questões mais profundas e detalhadas sobre as mudanças nos ecossistemas e comunidades no contexto do uso da terra, mudanças climáticas e esforços de conservação ao longo do tempo. Pesquisadores têm usado o banco de dados para testar hipóteses sobre como a biodiversidade está mudando, revelando padrões mais complexos de mudanças ecológicas e também informando estratégias de conservação.

A publicação da BioTime 2.0 reúne 485 coautores de mais de 400 instituições, distribuídas em 40 países. “Como não podemos viajar no tempo, os dados de biodiversidade do passado são preciosos para nos ajudar a entender onde e como a biodiversidade está mudando”, comenta a professora Maria Dornelas, da Universidade de St. Andrews, que liderou o projeto.

“É um exemplo poderoso de como a comunidade científica pode se unir para construir algo maior do que qualquer pessoa ou equipe. Serve como um testemunho da cooperação científica global diante das rápidas mudanças do nosso planeta”, afirma o gerente do banco de dados da BioTime, Garrett Fundakowski, também da Universidade de St. Andrews.

UFSM – Os dois professores UFSM destacam que contribuíram com dados históricos sobre comunidades de anfíbios e répteis monitoradas no Sul e Sudeste do Brasil. Segundo eles, são grupos ainda pouco estudados, cujas comunidades podem ser utilizadas como ferramentas para compreender e monitorar impactos ambientais.

“Muitas espécies de anfíbios e de répteis são sensíveis às modificações ambientais, como supressão e fragmentação dos campos e matas nativas, bem como à contaminação das águas e também às mudanças climáticas e doenças”, afirma o professor Tiago. De acordo com a professora Sonia, “esse tipo de estudo reforça a importância do fomento à pesquisa de longa duração”.

Cism – Os docentes da UFSM alimentaram a base de dados com informações relativas aos animais encontrados no Campo de Instrução de Santa Maria (Cism), do Exército Brasileiro, e no Parque Estadual Morro do Diabo, no estado de São Paulo. No Cism, o monitoramento foi realizado de 1996 a 1998. As principais espécies encontradas foram as seguintes:

Anfíbios (sapos, pererecas e rãs):

– Sapo-cruz (Rhinella henseli);

– Sapo-cururu (Rhinella icterica);

– Perereca-do-banhado (Boana pulchella);

– Perereca-rajada (Dendropsophus minutus);

– Perereca (Dendropsophus sanborni);

– Rã-boiadora (Pseudis minuta);

– Perereca-de-banheiro (Scinax fuscovarius);

– Perereca-de-banheiro (Scinax granulatus);

– Perereca-nariguda (Scinax squalirostris);

– Rã-do-charco (Leptodactylus chaquensis);

– Rã-assobiadora (Leptodactylus fuscus);

– Rã-listrada (Leptodactylus gracilis);

– Rã (Leptodactylus latinasus);

– Rã-crioula (Leptodactylus latrans);

– Rã-de-bigodes (Leptodactylus mystacinus);

– Rã-chorona (Physalaemus biligonigerus);

– Rã-cachorro (Physalaemus cuvieri);

– Rã-de-inverno (Physalaemus henselii);

– Rãzinha-de-Rio-Grande (Physalaemus riograndensis);

– Rãzinha (Pseudopaludicola falcipes);

– Rãzinha (Pseudopaludicola cuvieri);

– Sapinho-guarda (Elachistocleis bicolor);

– Sapo-da-enchente (Odontophrynus americanus).

Répteis (serpentes):

– Anfisbena-de-crista (Amphisbaena kingii);

– Cobra-de-vidro-dourada (Ophiodes fragilis);

– Cobra-de-vidro (Ophiodes striatus);

– Jararacuçu-do-brejo (Palusophis bifossatus);

– Cobra-de-cabeça-preta (Tantilla melanocephala);

– Cobra-da-terra (Atractus reticulatus);

– Muçurana (Boiruna maculata);

– Jararaquinha-do-campo (Erythrolamprus almadensis);

– Cobra-d’água-verde (Erythrolamprus jaegeri);

– Cobra-de-capim (Erythrolamprus poecilogyrus);

– Cobra-lisa (Erythrolamprus semiaureus);

– Cobra-d’água-meridional (Helicops infrataeniatus);

– Corredeira-listrada (Lygophis flavifrenatus);

– Falsa-coral amazônica (Oxyrhopus rhombifer);

– Papa-aranha (Philodryas agassizii);

– Cipó-listrada (Philodryas olfersii);

– Papa-pinto (Philodryas patagoniensis);

– Dormideira (Dipsas ventrimaculata);

– Corredeira-pintada (Taeniophallus occipitalis);

– Corredeira-carenada (Thamnodynastes hypoconia);

– Corredeira-lisa (Thamnodynastes strigatus);

– Cobra-espada comum (Tomodon dorsatus);

– Cobra-nariguda (Xenodon dorbignyi);

– Boipeva (Xenodon merremii);

– Coral-verdadeira (Micrurus altirostris);

– Cruzeira (Bothrops alternatus);

– Jararaca-pintada (Bothrops diporus);

– Jararaca-do-pampa (Bothrops pubescens);

Répteis (lagartos e lagartixas):

– Lagartixa-marrom (Cercosaura schreibersii);

– Calango-liso (Aspronema dorsivittatum);

– Teiú (Salvator merianae);

– Teiú-verde (Teius oculatus).

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