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Simpósio sobre produção de frutíferas leva conhecimento técnico e científico para a comunidade

Um espaço para a troca de conhecimento científico sobre fruticultura com a comunidade. Esse foi o objetivo da primeira edição do Simpósio sobre Produção Agrícola: Tópicos em Produção de Frutíferas, que começou nesta sexta-feira (7) e prossegue no sábado (8). O evento é realizado no Centro de Convenções da UFSM, reunindo mais de 300 pessoas, entre técnicos da área, docentes, estudantes e produtores de diversas regiões do estado.

A mesa de abertura foi composta por representantes da UFSM (foto: Bruno Filippi)

A organização do simpósio é do Grupo de Estudo de Predição de Adubação e Potencial de Contaminação de Elementos no Solo (Gepaces), do Curso Técnico em Fruticultura do Colégio Politécnico da UFSM e entidades parceiras. Para o agrônomo e coordenador do Gepaces, Gustavo Brunetto, o objetivo é compartilhar resultados obtidos em pesquisas realizadas na universidade e outras instituições de ensino, para discutir problemáticas e propor melhorias para a área de fruticultura. “Também é um espaço para nós, pesquisadores, escutarmos as demandas dos produtores para, posteriormente, trabalhar pesquisa e extensão”, completa.

Durante a programação, foram abordadas diferentes temáticas relacionadas à fruticultura. Para Hazael Almeida, servidor no Politécnico e um dos organizadores do evento, a escolha do tema se deu a partir da necessidade de levar as pesquisas até os produtores e extensionistas. Com esse entendimento, optou-se por seguir quatro eixos essenciais à fruticultura: comercialização, amostragem de solo, nutrição e peculiaridades na produção de frutas. “É um evento para abranger toda a área, mostrar o potencial que temos e buscar novas demandas da sociedade”, completa.

Evento debate a comercialização de frutas no estado

Na manhã de sexta-feira, foi realizada a mesa de abertura do evento, composta por representantes da universidade e das entidades organizadoras, que destacaram o papel da UFSM, enquanto instituição de excelência, na geração de conhecimento que contribua com a comunidade; nesse caso, com os agricultores familiares. “É preciso transbordar o arco”, destacou a pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, Cristina Nogueira.

Logo após, teve início uma sequência de três palestras sobre o tema “Como acessar o mercado das frutas”. A engenheira agrônoma Janaína Brandão foi a primeira palestrante a compartilhar conhecimentos sobre fruticultura no Centro de Convenções. Durante a exposição, falou do cenário de mercado e comercialização de frutas, especialmente na região central do estado e no município de Santa Maria. Ela também destacou o grande potencial de importação e exportação de frutas no Rio Grande do Sul, bem como apresentou estudos sobre os canais de comercialização da área e os caminhos para uma produção de qualidade.

A engenheira agrônoma Janaína Brandão, que falou sobre o mercado de frutas, foi a primeira palestrante do simpósio (foto: Thais Immig)

Na sequência, o docente do Programa de Pós-Graduação em Agronegócios da UFSM Adriano Lago falou sobre os desafios que envolvem a chegada de frutas produzidas na região central do Rio Grande do Sul, por exemplo, aos mercados consumidores. Diante desse cenário, compartilhou a importância do cooperativismo: “Para promover esse encontro, o agricultor precisa participar do processo e aí entra o cooperativismo – uma organização que une esforços para que esse produto chegue de uma forma mais adequada e desejada”, afirma Adriano.

Na palestra que encerrou a programação da manhã, o engenheiro agrônomo Délcio Macarini explanou sobre o trabalho desenvolvido na Cooperja – uma cooperativa que está há 50 anos no mercado e atua nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Pernambuco. O palestrante destacou a importância desse tipo de iniciativa, que permite a construção de elos entre diferentes agricultores e a comercialização em maior volume.

Outra entidade parceira na organização do evento foi a Emater/RS. O extensionista rural Guilherme dos Santos explica que o instituto apoia esse tipo de evento porque, a partir dele, os produtores têm a oportunidade de evoluir e transformar o conhecimento em ações práticas que serão aplicadas no dia a dia da propriedade rural. “Sempre buscamos essa interação com a universidade, trazendo nossos extensionistas para serem capacitados e convidando agricultores para fazerem parte desse espaço”, conta Guilherme.

Conhecimento para a prática no campo e em sala de aula

Para o coordenador do Curso Técnico em Fruticultura, Gustavo Pinto da Silva, criar esses momentos de formação, a partir do debate sobre diferentes temáticas, é essencial para que haja uma evolução e qualificação na área de fruticultura, especialmente na região Sul. Para Janaína Brandão, também é uma forma de devolver as pesquisas à comunidade, já que os produtores colaboram com a construção de conhecimento ao colocar suas propriedades à disposição dos pesquisadores para estudos e análises de campo. “Além disso, é aprender com esses produtores a partir de seus questionamentos”, conta a palestrante.

Além das palestras, o espaço também promoveu a integração entre os participantes e a exposição de apoiadores do evento (foto: Nick Santos)

Um dos agricultores presentes no evento foi Arcangelo Zomer. Produtor de pitaia, ele veio do município de Sombrio (SC) para participar do evento, a convite da Cooperja. Apaixonado por frutas, ele procura participar de eventos para conhecer novas culturas. “Não tem lugar melhor para aprender sobre fruticultura. Isso traz muito aprendizado para a gente”, conta. Quem também se beneficia com a iniciativa são os acadêmicos, especialmente do Curso Técnico em Fruticultura, como Lilian Rodrigues. Para ela, as palestras oportunizaram uma visão ampla e qualificada de toda a cadeia produtiva. “E é a promoção do nosso conhecimento. O simpósio agrega muita informação para além da sala de aula, temos essa visão ampliada em relação às possibilidades para nós enquanto futuros técnicos em fruticultura”, afirma Lilian.

Santa Maria como polo frutífero

O Simpósio sobre Produção Agrícola também é um passo importante para consolidar Santa Maria como um polo frutífero do Rio Grande do Sul, já que possui extensas áreas rurais e conhecimento produzido junto à comunidade. Gustavo Brunetto explica que, além desses aspectos, Santa Maria se localiza na região central do estado e está próxima de locais como a região da Campanha, Vale do Caí e Serra Gaúcha – grandes produtoras de espécies como uva, citros, noz pecan e oliveira. “Ou seja, geograficamente e do ponto de vista intelectual, nós temos condições de criarmos um ambiente para continuarmos gerando conhecimento e melhorarmos a cadeira produtiva de frutas em todo o estado”, afirma Gustavo.

Sequência do evento

O evento segue durante todo o sábado, no Centro de Convenções. No segundo dia, a programação vai abordar temáticas relacionadas a fontes alternativas de nutrientes, mitos e verdades sobre o pó de rocha, além de palestras sobre culturas específicas, como a viticultura e a olivicultura. Para mais informações, é possível acessar o site do evento ou sua página no Instagram.

Texto: Thais Immig, estudante de Jornalismo e voluntária da Agência de Notícias

Edição: Lucas Casali

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