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A UFSM, por meio do Departamento de Química e do Centro de Ciências Naturais e Exatas, está desempenhando um papel importante para o enfrentamento das enchentes no estado do Rio Grande do Sul. Coordenada pela Professora Rochele Picoloto, uma ação solidária está produzindo e doando sabão líquido para as comunidades que foram afetadas. Até agora, já foram confeccionados 260 litros de sabão, distribuídos em Santa Maria, Nova Palma e Dona Francisca
A mobilização da comunidade acadêmica
Quando a UFSM cancelou as atividades didáticas nos últimos dias de abril, a professora Rochele reuniu graduandos, pós-graduandos e bolsistas do projeto de extensão “Educação ambiental nas escolas como instrumento na formação de pessoas conscientes com o futuro do meio ambiente”. O objetivo era discutir como utilizar o conhecimento de química para ajudar os afetados pelas enchentes em Santa Maria e região. Após várias discussões, o grupo decidiu produzir sabão líquido para a limpeza das áreas atingidas.
Inicialmente, a equipe começou a realizar pesquisas de protocolos que garantissem que o sabão produzido nas dependências do CCNE tivesse bom rendimento. “Nós entendemos que o sabão, dentro do esperado, deveria ter espuma, consistência, um odor agradável, e que de fato pudesse contribuir, sendo um produto de boa qualidade”, explica Rochele.
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Na primeira semana, a produção foi levada ao CTG Sentinela da Querência, que estava arrecadando e distribuindo kits de limpeza. De acordo com a coordenadora, a aceitação foi positiva, com uma demanda significativa para o sabão líquido. Com o apoio da comunidade local, o grupo conseguiu arrecadar garrafas de água mineral para embalar o sabão. Na última quinta-feira (16), foram distribuídos 100 litros do produto para as cidades de Dona Francisca e Nova Palma.
Insumos sustentáveis
Um dos ingredientes principais para a confecção do sabão é o óleo de fritura usado, o que não só contribui para a produção de um recurso útil, mas também reduz os resíduos gerados pelo descarte inadequado do óleo. Reutilizando esse resíduo, o grupo diminui a poluição ambiental e promove a sustentabilidade. Os demais insumos, como soda cáustica (NaOH) e etanol (álcool etílico), foram inicialmente adquiridos com recursos próprios, mas posteriormente o grupo contou com campanhas de arrecadação de valores.
O produto é colocado em garrafas plásticas de 500 ml em sua maior parte doadas pela comunidade.
Para a mestranda em Química Analítica na UFSM Bruna Padoin, participar deste projeto tem sido gratificante, pois ela consegue aplicar conhecimentos adquiridos durante o curso em um contexto real e comunitário. “Durante esse período, senti uma forte sensação de impotência, algo que acredito que muitos de nós sentimos. Às vezes, não temos recursos para doar, mas este projeto mostrou que o conhecimento é algo que ninguém pode nos tirar e que podemos compartilhar para transformar vidas”, complementa.
Pensando no futuro, a professora Rochele planeja estender a ação para escolas públicas e comunidades carentes, envolvendo ainda mais os bolsistas de extensão na produção. Porém, o grupo ainda enfrenta desafios como a manutenção do suprimento de insumos (soda cáustica e álcool etílico).
Texto: Subdivisão de Comunicação do CCNE
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