O vento sopra forte no rosto, os pés sentem o solo a cada passo e o som do ambiente se torna uma trilha sonora. Correr envolve mais do que movimentar as pernas rapidamente, é uma prática para o cérebro e os sentidos humanos. Com essa certeza que neste domingo (30) ocorreu a primeira Corrida Run4Sound na Universidade Federal de Santa Maria.
O evento foi idealizado pelo médico otorrinolaringologista e otologista Luiz Henrique Schuch, com apoio da UFSM e da Associação Gaúcha de Otorrinolaringologia. Formado na UFSM, Luiz Henrique conta que começou a correr em janeiro de 2025 e pensou em reunir sua área de trabalho com o esporte em um evento.
“Eu tenho um carinho especial pela UFSM e gosto muito de natureza. Não tem lugar melhor na cidade do que correr dentro da Universidade. Tanto que, no trajeto de 6 quilômetros, a gente passou por um túnel verde. A ideia é sair um pouco do asfalto”, explica o médico.
A Run4Sound contou com diferentes percursos: a caminhada e a corrida de 3 quilômetros, a corrida de 6 quilômetros e a corrida para crianças, a Kids. A largada para os adultos foi dada às 9h, no Centro de Educação Física e Desporto (CEFD). Os corredores passaram por locais da UFSM e voltaram ao ponto de início. Já a corrida Kids teve início às 10h e teve o percurso mais curto, com cerca de 50 metros para crianças mais novas e 100 metros para os mais velhos. Foram 160 inscritos, ao todo.
Gabriel Alvez Pozzo foi o primeiro colocado na corrida de 3 Km. Ele é atleta de corrida e participou do evento a convite de Luiz Henrique. “A gente sabe que a prevenção é sempre o melhor caminho, em relação às doenças. Por conta do propósito, decidi vir aqui. Hoje a colocação era o que menos importava”, afirma o atleta.
Manoel Bergoli foi um dos participantes da corrida Kids. Junto de sua mãe, Juliana Rodrigues Bergoli, se mostrou animado para ter seu primeiro contato com a corrida. “Estou ansioso”, compartilhou.
O reitor da UFSM, Luciano Schuch, também participou da corrida na categoria dos 3 Km. Ele afirmou que não tem o costume de correr e participa de momentos assim para descontrair. “A Universidade é o grande parque da cidade. Quanto mais a gente integrar a população da cidade com a Universidade, melhor. Pessoas que talvez nunca estiveram na Universidade, vem através do esporte e dessas ações. Assim, abre conhecimento para o ensino superior”, reitera o reitor sobre a importância de eventos como o Run4Sound na UFSM.
“Ouvir bem transforma vidas”
Durante o evento, pessoas podiam escrever em um telão sobre os sons que amam escutar: “o ‘eu te amo’ do papai e da mamãe”, escreveu Manoel. O telão e a corrida chamavam atenção para a importância da escuta. O contato com a natureza foi utilizado para lembrar os corredores sobre o cuidado com a audição.
“A surdez separa as pessoas das pessoas”, discursou Luiz Henrique. Ainda, o organizador do evento exprimiu que é fundamental reconhecer diagnósticos cedo, em questões de saúde auditiva. Segundo o médico, muito do desenvolvimento neurológico depende da audição: “uma criança não escutar bem é uma catástrofe para o desenvolvimento cognitivo”. Também falou sobre as consequências da surdez em adultos: “existem vários estudos que mostram que uma perda moderada sem tratamento aumenta o risco de ter depressão, demência e isolamento social. O ouvir vai muito além do escutar.”
Ao final das corridas, os três primeiros corredores a cruzarem a chegada receberam troféus com suas colocações. Os troféus eram destinados às mulheres com melhor tempo em 3 Km e 6 Km e homens com melhor tempo nas mesmas categorias. Após isso, medalhas foram entregues aos corredores com menor tempo de acordo com faixas-etárias que iam dos 60+ aos 16 anos.
Confira mais imagens do evento:
Texto e fotografias: Jessica Mocellin, acadêmica de Jornalismo e bolsista da Agência de Notícias
Edição: Ricardo Bonfanti



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